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Textura marrom abstrata

Uta


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 Concebida entre Neptuno e Vénus, balança perfeita entre mundos opostos. Sagitário seu berço. É do Sol de Africa que é feita e a sua gargalhada é como os pequenos redemoinhos de poeira em dias de verão.

Uta, nasce na praia, num fim de tarde de verão.

Corre mundo livre, a sua candura é seu escudo e seu manto é a doçura.

Num pendente traz o amor dos pais. Da mãe aprendeu a vida, o amor e herdou suas mãos, do pai colheu a liberdade e a coragem.

Filha do deserto, onde os dias queimam e as noites gelam, vê a vida como se um polvo fosse de longos tentáculos que tanto a protege como a dobra e torce.

Caracóis ao vento, laços e lacinhos que lhe pendem do risco ao lado feito pela manhã e desembaraçados pelas mãos da sua mãe.

Inocente, confiante embora sofrida pela injustiça que aprendeu a reconhecer em tudo o que a rodeia. Uta é a menina que abeirando-se dos tios, alça a perninha pedindo colo que nunca lhe é negado. Gosta do colo e do cabelo do avô Zeca e com Angelina, sua avó, gosta de brincar de bordados e coisas de senhora.

Gosta de correr descalça na rua, escorrega e está sempre a torcer os pés, por ter sempre a cabeça nas nuvens. Partilha tudo o que tem com os meninos com quem brinca, na escola, na rua e para ela são das cores do arco-íris. A sua cantiga, que cantarola quando brinca sozinha ao pé coxinho é

“Com duas mangas contente estou

Tu nada tens e uma então eu te dou

Contigo eu reparto pois te quero bem

E assim uma manga tu tens também”.

Uta vem do passado e escolhe o presente. Sua voz é ouvida sempre que bate a saudade.

 

De Uta, isto se sabe…

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