Zé Maria - O marinheiro perdido
- Ruth Collaço

- 16 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de mar.

Zé porque ninguém sabe o seu verdadeiro nome, Maria porque sempre que se perde nas ondas de uma garrafa, fala na sua Maria. De Zé da Maria, passa a Zé Maria.
Nasce a 10 de Dezembro de 1665.
Nasce na proa de uma caravela portuguesa, sua mãe uma escrava negra, seu pai um marinheiro, dizem que era um embarcado Inglês boçal que trabalhava abordo de um navio mercantil de escravos. Foragida e escondida na caravela a escrava Severina de pele clara, dá à luz o seu menino a meio de uma tempestade. Na aflição se salvar o menino, filho do seu marinheiro, cai ao mar quando uma onda chicoteia e estala contra o casco da caravela.
Nu e indefeso, Zé Maria tem por mãe de leite a mulher do Almirante da Marinha Portuguesa que acabara de dar à luz no mesmo instante e navio, coisas do destino, cujo infante nasce e logo sobe às estrelas.
Criado entre oficias da Marinha, José Maria, assim o chama sua mãe de leite Dª Leonor, faz-se também ele oficial da marinha de S. Majestade. Um dia e por se perder facilmente por amores por esta e aquela, é apanhado no porão do navio num momento de luxúria com uma escrava... tal era a saudade que tinha de uma mulher brava como o vento. Rápido na espada e de destreza com a pólvora, defende-se da acusação provocando um motim.
Ao chegar a terra, nega e desmente o seu erro.
Condenado à forca, consegue enviar recado às Marias (as gémeas) que juntas seduzem e convencem marinheiros a salvá-lo da corda.
Zé Maria pega então num navio e foge para alto mar, vivendo aventuras ditadas no céu e vividas no mar. Caça tesouros e desafiava as tempestades.
Revoltado com a sua sina, não é feliz nem no mar nem na terra.
Com o vento sente o chamado do fogo da paixão, e na lua encontra o consolo que acalma o seu coração.
Tem na garrafa a sua confidente, na pistola e sua amante...a espada é a sua mãe.
Ela que com a espada que roubou, cortou a goela ao seu dono, quando este a quis possuir momentos antes de parir.
Para esquecer as suas mágoas, nas noites de mar morto, batia com o pé e cantava como um lobo quando uiva à lua e ao vento.
De Zé Maria isto se sabe…



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